Equipe do IML, acompanhados por policiais civis, militares, promotoria e testemunhas, começaram a exumação no corpo de Nathália Garnica
Por: Adalberto Luque
Começaram os trabalhos de exumação, na manhã desta sexta-feira (23), do corpo de Nathália Garnica, irmã do médico Luiz Antônio Garnica e filha de Elizabete Eugênio Arrabaça Garnica, suspeitos de terem matado por envenenamento a professora Larissa Talle Leôncio Rodrigues, de 37 anos.
Nathália morreu no dia 9 de fevereiro após um mal súbito. A exemplo de Larissa, ela não tinha problemas de saúde. O delegado Fernando Bravo suspeitou que ela também pudesse ter sido envenenada durante os interrogatórios.
A exumação começou pouco depois das 10h00, no Cemitério de Pontal. Nathália e Larissa estão sepultadas no mesmo túmulo. Para garantir o trabalho dos peritos e técnicos do Instituto Médico Legal (IML), o cemitério foi fechado e as ruas próximas interditadas. Não foi permitida a presença de público no procedimento.

Um aparato de segurança foi montado para evitar a aproximação de pessoas não ligadas aos trabalhos que possam comprometer a coleta de material biológico. Todo o procedimento será feito no local da exumação, no próprio cemitério. O material está sendo colhido na presença de policiais civis que investigam o caso, promotor e testemunhas.
Contudo, o resultado que pode apontar a presença de chumbinho vai depender da integridade dos órgãos onde serão coletados os materiais biológicos para exame. Não há informações sobre o prazo para que o laudo seja apresentado.
Entenda o caso
Larissa foi encontrada morta em seu apartamento, no Jardim Botânico, zona Sul de Ribeirão Preto, na manhã de 22 de março. Seu marido, o médico ortopedista Luiz Garnica, foi quem encontrou o corpo caído no banheiro.

No primeiro boletim de ocorrência do caso, ele disse ter chegado e encontrado a mulher desfalecida. Depois colocou-a na cama, acionou a Guarda Civil Metropolitana (GCM) e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), mas ela já estava morta e não reagiu aos estímulos.
O exame necroscópico foi inconclusivo em relação à causa da morte, mas exame toxicológico apontou que a professora foi envenenada por “chumbinho”. Depois de ouvir várias testemunhas, o delegado do caso, Fernando Bravo, pediu a prisão preventiva do médico e de sua mãe, Elizabete Eugênio Arrabaça Garnica, de 67 anos, por considerar ambos suspeitos de envenenar Larissa.
Os advogados de defesa negam a culpa de seus clientes e ambos teriam ingressado com pedidos de habeas corpus, que foram negados. Uma das hipóteses investigadas pela Polícia Civil é que o crime possa ter ocorrido por conta de uma eventual partilha de bens em caso de divórcio da vítima.