Caso Nelson: Policiais buscam produtos adulterados na indústria de Marlon

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Por: Adalberto Luque

Além do inquérito que apura a morte do empresário paulistano Nelson Francisco Carreira Filho, de 44 anos, a Polícia Civil apura outro crime que pode ter sido praticado por Marlon Couto Paula Júnior, de 26 anos: o de falsificação e adulteração de produtos alimentícios.

Marlon, que em carta entregue por seu advogado, assumiu ser o autor do disparo que matou Nelson, também pode estar envolvido com falsificação e corromper produtos alimentícios. Ele atua no seguimento de complementos alimentares.

Além da morte de Nelson, o empresário Marlon é investigado por falsificação de suplementos alimentícios em outro inquérito (Foto: YouTube/Reprodução)

Na manhã desta quinta-feira (5), policiais civis estiveram na empresa de Marlon, em Cravinhos, e outros dois endereços, um no Centro e outro no bairro João Berbel. O objetivo foi de constatar se há produtos que comprovem esse crime em outro inquérito.

Os policiais civis apreenderam dezenas de embalagens com suplementos. Segundo o delegado Heitor Moreira Assis, será feita uma consulta à Anvisa para saber se há autorização para a produção daqueles itens. Os produtos também serão periciados pela Polícia Civil.

Nos locais, os policiais constataram que havia armazenamento e também possível produção dos suplementos. Foram feitas buscas para localizar nobésio, também chamado rebite, usado por caminhoneiros para prolongar o tempo acordado, mas a Polícia Civil não encontrou nada.

Prisão

Dois dos investigados pela morte do empresário paulistano já estão presos. Tadeu Almeida Silva, de 42 anos, se apresentou com seu advogado no dia 29 de maio. Ele foi preso e encaminhado para a Cadeia Pública de Santa Rosa de Viterbo.

Marcela se apresentou, negou participação no crime, mas acabou presa (Foto: Reprodução)

Na tarde desta quarta-feira (4), Marcela Silva de Almeida, esposa de Marlon e sobrinha de Tadeu, se apresentou acompanhada pelo advogado Nathan Castelo Branco – o mesmo que defende Marlon.

Ela prestou depoimento e negou que tivesse conhecimento do crime quando foi para São Paulo com o marido, supostamente para prestar solidariedade à família de Nelson, que estava desaparecido. Mesmo assim, a Polícia Civil cumpriu o mandado de prisão temporária de 30 dias e Marcela seguiu para a Cadeia Pública de São Joaquim da Barra.

Marlon segue foragido. Segundo Castelo Branco, é possível que seu cliente se apresente na próxima semana. O advogado explicou que Marlon teme por sua segurança, razão pela qual ainda não teria se apresentado.

Entenda o caso

Nelson Francisco Carreira Filho, de 44 anos, atua na venda online de suplementos alimentares. Segundo sua família, ele vinha semanalmente a Cravinhos para reuniões de negócios com Marlon Couto.

Em 16 de maio, desapareceu depois de ir para Cravinhos. Desde então não foi mais visto. Marlon disse que Nelson foi embora com pressa, após receber um telefonema da esposa lembrando que teriam um compromisso em São Paulo.

Seu carro foi fotografado em praças de pedágio e em um radar que flagrou uma infração de trânsito na avenida Engenheiro Caetano Álvares, no bairro do Limão. O carro veículo foi abandonado em uma rua na zona Norte, com os vidros traseiros abertos, sem sinal de arrombamento ou violência.

Nelson segue desaparecido e buscas pelo corpo foram suspensas temporariamente (Foto: Reprodução)

Dias depois, Tadeu admitiu, em depoimento, que ele ouviu o tiro e viu Nelson morto. Por ordem de Marlon, enrolou o corpo em uma lona, ajudou a limpar e depois foi com o carro de Nelson para a Capital, onde o abandonou.

Tadeu disse que os dois teriam desavenças em relação à marca de um produto fabricado por Marlon, mas que usava a marca pertencente a Nelson. Em seguida, foi pedida a prisão temporária de Marlon, Tadeu e Marcela, que acompanhou o marido até São Paulo.

Tadeu se apresentou no dia 29 de maio e foi preso. Em carta, Marlon admitiu ter matado Nelson porque seria agredido após discussão entre ambos. Depois teria jogado seu corpo no Rio Grande, em Miguelópolis, onde tem um rancho. Ele também disse que Marcela não sabia de nada quando foi com ele para a Capital.

Marcela se apresentou em 4 de junho. Em depoimento confirmou que não sabia, mas foi presa e levada para a Cadeia Pública de São Joaquim da Barra. As investigações prosseguem.



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