A menopausa induzida por tratamento oncológico é uma realidade para grande parte das mulheres com câncer de mama. Nos tumores hormonais positivos, o tratamento usa medicamentos que inibem estrogênio e progesterona, provocando a interrupção da função ovariana.
Sem a possibilidade de fazer reposição hormonal, essas pacientes convivem com ondas de calor intensas, insônia e alterações no humor, fatores que impactam diretamente a rotina e a qualidade de vida.
Nova medicação?
Pesquisadores apresentaram neste mês, na conferência anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), um novo composto chamado elinzanetant, e publicaram os resultados na revista New England Journal of Medicine. O medicamento age no sistema nervoso central e tem como objetivo reduzir a frequência e intensidade dos sintomas da menopausa, sem interferir nos hormônios.
O acidade on conversou com o oncologista Dr. Diocésio Andrade, que acompanha de perto os avanços na área. Segundo o médico, o elinzanetant representa uma possibilidade para um grupo que, até o momento, contava com poucas opções.
O grande diferencial desse medicamento é justamente o fato de não ser hormonal. Ele atua por outro caminho, modulando circuitos cerebrais relacionados à regulação térmica e ao sono. Isso pode beneficiar pacientes que, por restrição clínica, não podem fazer uso de reposição hormonal
explica Andrade
Qualidade de vida x tratamento
De acordo com o oncologista, lidar com os sintomas da menopausa induzida é um desafio que muitas vezes fica em segundo plano durante o tratamento do câncer, mas que precisa ser considerado.
As pacientes não enfrentam apenas o câncer. Elas também precisam lidar com um conjunto de sintomas que afetam o sono, a autoestima e a vida social. Incluir esse cuidado na abordagem terapêutica é parte fundamental do acompanhamento oncológico
afirma
Elizanetant
Mais de 470 mulheres participaram do estudo clínico que testou o uso do elinzanetant durante um período de 12 meses. A análise mostrou uma redução de cerca de 50% na ocorrência de ondas de calor.
Além disso, sete em cada dez participantes relataram melhora no padrão de sono e em aspectos ligados ao dia a dia, como disposição e concentração.
Esses dados indicam que o medicamento pode se tornar uma alternativa no manejo dos efeitos adversos da menopausa em pacientes oncológicas, uma demanda crescente entre médicos e pacientes.
O elinzanetant está em fase de análise regulatória nos Estados Unidos e em países da Europa, com previsão de aprovação até o final de 2025. No Brasil, o medicamento poderá chegar a partir de 2026, dependendo do trâmite junto à Anvisa.
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