Pesquisadores da USP Ribeirão e da França vão testar nova terapia celular contra tipo de câncer

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Pesquisadores da FMRP-USP (Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo) e do Instituto Curie, da Universidade de Ciências e Letras de Paris, vão realizar um estudo clínico para testar uma nova imunoterapia baseada em células CAR-T.

A parceria entre a USP Ribeirão e França para tratamento oncológico foi anunciada em dezembro do ano passado.

O objetivo é avaliar a segurança e a eficácia da imunoterapia para tratar pacientes com linfoma óculo-cerebral, um tipo raro de câncer que atinge o sistema nervoso central.

O projeto prevê a transferência de tecnologia entre as instituições, portanto, os pesquisadores franceses devem trazer para o Brasil versões avançadas das células CAR-T.

A ideia é que os pesquisadores franceses tragam para o Brasil essas versões aprimoradas de células CAR-T e que nós possamos ajudá-los nas fases finais do desenvolvimento e na realização do estudo clínico. Concluído esse processo, pretendemos estabelecer um acordo que permita a transferência de tecnologia para podermos licenciá-la para o SUS [Sistema Único de Saúde]

Diego Clé, professor da FMRP-USP e coordenador do projeto do lado brasileiro

O escopo do projeto foi apresentado durante a FAPESP Week França, que aconteceu entre os dias 10 e 12 de junho em Tolouse, capital da região da Occitânia, no sul do país.

Produção nacional reduz custos e amplia acesso

Com apoio da FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e parceria do Instituto Butantan, pesquisadores da FMRP-USP começaram a desenvolver a terapia CAR-T no Brasil a partir de 2019 – a iniciativa resultou na criação do Nutera, primeira fábrica da América Latina especializada na produção dessa tecnologia.

As células CAR-T (à esquerda) são linfócitos T modificados em laboratório para reconhecer e destruir as células do câncer - Foto: CTC-USP/ divulgação
As células CAR-T (à esquerda) são linfócitos T modificados em laboratório para reconhecer e destruir as células do câncer – Foto: CTC-USP/ divulgação

De acordo com o professor da FMRP-USP, o custo de produção nacional das células CAR-T representa cerca de um terço do valor dos produtos importados, que variam de R$ 2,5 a R$ 3 milhões.

Fazemos um produto com células CAR-T nacional com custo equivalente a um terço dos produtos comerciais disponíveis no Brasil hoje, cujos preços variam de R$ 2,5 milhões a R$ 3 milhões. E uma das vantagens de fazer um produto nacional é a possibilidade de incorporá-lo ao SUS

Inicialmente, o Nutera produz células CAR-T para tratar leucemia linfoide aguda de células B e linfoma não Hodgkin de células B. Em comum, as células desses dois tipos de cânceres possuem uma proteína-alvo, chamada CD19.

A estrutura do Nutera, no entanto, permite o desenvolvimento de novas versões das células para tratar outros tipos de câncer. “É por isso que é importante a colaboração. Se tem um pesquisador na França, por exemplo, que desenvolveu uma CAR-T para outros alvos, como essa para um linfoma do sistema nervoso central, podemos testar”, afirmou Clé.

França lidera uso de CAR-T na Europa

Vale destacar que a França é um dos países que contribuíram para o surgimento da terapia CAR-T. O território também é um dos que mais tratam pacientes por meio dessa imunoterapia na Europa.

O país europeu, contudo, ainda não conta com uma versão nacional de um produto desenvolvido por instituições de pesquisa locais, como no caso do Brasil, e utiliza as opções comercializadas por indústrias farmacêuticas globais – realidade que grupos de pesquisadores, pretendem mudar por meio de parcerias como a USP.

Os pesquisadores franceses planejam, junto aos brasileiros, recrutar 30 pacientes com linfoma óculo-cerebral. Um dos objetivos do estudo é avaliar a eficácia clínica da dose de células CAR-T que eles injetarão nos participantes

*Com informações de Elton Alisson da Agência FAPESP 


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