Apesar de o frio já ter chegado em Ribeirão Preto e boa parte do Brasil, o inverno começou no Hemisfério Sul oficialmente às 23h42 desta sexta-feira, 20 de junho, no horário de Brasília. A mudança do outono para a estação mais fria do ano é marcada por um fenômeno chamado de solstício, em que o planeta atinge o ponto mais distante em relação ao Sol.
Em junho, o Hemisfério Sul é quem recebe menos incidência solar e, por isso, a noite de ontem foi a mais longa do ano. A própria palavra solstício retoma o significado da expressão Sol parado, em latim, exatamente pelo fato de que, ao ser observado a olho nu, o astro parece concluir sua trajetória quando atinge esse ponto. A mudança na posição a cada nascer ou pôr do Sol não é vista nesse dia.
Segundo o astrônomo e diretor do Observatório do Valongo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Thiago Gonçalves, o solstício ocorre duas vezes ao ano – uma em junho e outra em dezembro – e, por causa da inclinação do eixo da Terra, um hemisfério do globo fica mais exposto à luz solar quando começa o verão, enquanto o outro fica menos, onde passa a ser inverno.
“Após seis meses, a gente pode imaginar que a Terra está do outro lado do Sol e, com essa inclinação, é o outro lado que estará virado para o Sol”, explica. Segundo o astrônomo, conforme o planeta e o Sol vão se aproximando novamente, a duração das noites vai diminuindo até que as trajetórias atinjam o ponto mais próximo da Terra, quando dia e noite têm exatamente a mesma duração e os dois hemisférios são igualmente iluminados.
Gonçalves explica, ainda, que esse fenômeno é chamado equinócio e também ocorre duas vezes ao ano – uma em setembro e outra em março – quando começam o outono e a primavera. Todas as transformações observadas no globo terrestre em relação à temperatura e vegetação de cada período do ano dependem do quanto cada região recebe de luz solar.
Por isso, as regiões mais próximas à Linha do Equador – como o Norte e o Nordeste brasileiro – sofrem menos mudanças. Gonçalves diz que os extremos – Polos Sul e Norte – pela inclinação ficam mais perto ou distantes do Sol. “Se você viajasse do Rio Grande do Sul ao Amapá, por exemplo, você estaria se aproximando cada vez mais da parte da Terra que, neste solstício, está mais diretamente iluminada”, argumenta.
A duração do ciclo completo até o próximo solstício de inverno acontece em 365 dias, 48 minutos e 46 segundos. Por causa dos minutos e segundos a mais, o calendário precisa ser ajustado a cada quatro anos, quando o ano bissexto soma 366 dias.
Previsão do tempo – A chegada de uma frente fria fará a temperatura despencar em Ribeirão Preto na próxima semana. Segundo a Climatempo, a mínima pode chegar a 10 graus Celsius na terça (24) e a 7ºC na quarta-feira (25), com sensação térmica de até 4ºC. Porém, a semana terá céu azul e também nublado em alguns períodos, sol e até chuva isolada na segunda (23), quando são esperados cerca de 10 milímetros.
O morador de Ribeirão Preto pode se preparar para tirar cobertor e edredom, agasalho, cachecol, gorro, luva, meia de lã e até guarda-chuva do armário. Neste final de semana, o clima deve ser mais seco. Defesa Civil Estadual e Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) ainda não emitiram alerta amarelo de queda drástica de temperatura para a região.
A média para junho é de 27ºC em Ribeirão Preto. O inverno vai até 22 de setembro, quando chega a primavera. O cenário pode mudar de uma hora para outra, de acordo com as informações que chegam via satélite. Os dados da Climatempo foram atualizados às 18 horas de ontem.
Neste sábado (21), a temperatura deve oscilar entre mínima de 14 graus e máxima de 29ºC, com umidade relativa do ar em cerca de 40%. No domingo (22), os termômetros podem marcar entre 15ºC e 30ºC, com umidade em 34%. Nesta sexta-feira, ficou entre 15ºC e 28ºC, com umidade em 37%. Ribeirão Preto registrou, entre a madrugada e a manhã de 30 de maio, a menor temperatura do ano até agora. Chegou a 7 graus Celsius, recorde do ano.
A temperatura máxima prevista para esta semana está bem abaixo do teto de 36ºC do início de março. Segundo dados da Climatempo, a média de chuva para maio é de 47 milímetros e choveu oito mm, 17% do esperado. Para junho eram esperados 28 mm, mas já chegou a 55 mm, 96,43% acima.
A umidade relativa do ar deve cair nesta semana com a estiagem típica desta época do ano. Segundo a Climatempo, pode ficar abaixo de 50% até sexta-feira. Sábado e domingo pode chegar a 37%. O nível considerado ideal é de 60%.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), quando a umidade relativa do ar fica abaixo de 30% o município entra em estado de atenção. Quando o índice é inferior a 20% a situação é de alerta. Abaixo de 12% já é considerado caso de emergência.