As vendas do comércio varejista de Ribeirão Preto tiveram crescimento médio de 1,5% em maio, na comparação com o mesmo período do ano passado, quando foi registrada queda de 3,5% em relação a 2023. Apesar do crescimento tímido, foi a quarta alta seguida, após elevação de 1,5% em fevereiro e de 1% em março e abril.
Havia recuado 2% em janeiro e fechou 2024 com ganho de 4% em dezembro, interrompendo uma sequência de duas quedas seguidas, de 1% em novembro e 3,5% em outubro. Avançou 0,5% em setembro e agosto e 1,5% em julho, após três baixas consecutivas.
O levantamento é do Centro de Pesquisas do Varejo (CPV), mantido por Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão e Região (Sincovarp) e Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL RP). O setor fechou o ano passado com crescimento de 6,54%, ante alta de apenas 0,72% em 2023 e ganho de 5,01% em 2022.
“Essa pequena recuperação foi impulsionada pelo Dia das Mães, o período de montagem da Agrishow, os três primeiros dias da feira de (que caíram em maio) e o Ribeirão Rodeo Music. Tivemos muito mais gente circulando pela cidade, tanto visitantes de mais longe quanto o público da macro-região”, analisa Diego Galli Alberto, pesquisador e coordenador do CPV.
Empregabilidade – Em maio de 2025, a variação entre vagas de emprego abertas e fechadas, no comércio varejista de Ribeirão Preto, teve pequena alta de 1,2%. “Percebemos que o setor lojista contratou alguns funcionários temporários, já prevendo que maio seria mais intenso especialmente nos shoppings”, diz Galli Alberto.
Índice de Confiança – Considerando uma escala de 1 a 5 pontos, em que 1 significa “muito pessimista” e 5 “muito otimista”, o Índice de Confiança do Varejo Sincovarp/CDL RP de curto prazo (sempre olhando para os três meses seguintes), em maio, ficou em 3,0 pontos (ante 3,2 pontos na pesquisa de abril), considerado de intermediário à otimista.
O longo prazo (doze meses) também ficou em 3,0 pontos (ante 3,1 pontos em abril), também considerado de intermediário à otimista. “A variação positiva nas vendas de maio foi suficiente para manter os dois índices de confiança na casa de 3,0 pontos”, diz o pesquisador.
“Mmas isso não quer dizer que o empreendedor estivesse tranquilo com o cenário macroeconômico. No mês passado, foram registradas novas altas da inflação e da taxa de juros. O crédito continuou mais caro e isso impactou no consumo”, afirma o pesquisador.
De acordo com Galli Alberto, “o maior ponto de atenção, em junho, é a situação no Oriente Médio e suas consequências. A alta do preço do petróleo, lá fora, pode gerar pressão por aumento de preço dos combustíveis, aqui no Brasil, intensificando a pressão inflacionária que, por sua vez, poderia levar a uma nova elevação da taxa de juros”, emenda.
“Se confirmado, esse cenário geraria reflexos negativos ao longo do segundo semestre. É tudo que o varejo não precisa! Agora é a hora da Petrobras fazer valer a mudança que fez na política de formação de preços dos combustíveis que foi descolada do mercado externo”, finaliza.