
Síndico disse à Polícia Civil que recebeu ameaças de morte contra ele e a filha feita por Alípio João Júnior, de 58 anos, o “furioso da cancela”
O promotor criminal Paulo José Freire Teotônio, do Ministério Público de São Paulo (MPSP), entrou com pedido de prisão preventiva do fazendeiro Alípio João Júnior, de 58 anos, conhecido como “furioso da cancela” por atirar, com uma arma de pressão, na virilha de um funcionário de empresa terceirizada que presta serviço no estacionamento de um shopping center de Ribeirão Preto.
O pedido foi protocolado nesta segunda-feira, 14 de julho, e não havia sido distribuído até o fechamento desta edição. A decisão deve sair entre esta terça (15) e quarta-feira (16). O promotor foi provocado por ameaças que o fazendeiro fez contra Ed Carlos Delarisce, de 57 anos, síndico do prédio onde Alípio João Júnior onde mora. A defesa disse que não foi notificada.
Ele também ameaçou vizinhos de condomínio, que pedem a expulsão do fazendeiro do prédio. Em alguns casos, ele diz que vai explodir apartamentos com dinamite e até matar a filha do responsável pelo edifício. Alípio João Júnior reclama de crianças jogando bola e de barulho. Ele já ficou uma semana preso por causa do ocorrido no estacionamento do shopping, mas foi liberado.
O promotor também requer “instauração de incidente de insanidade mental e eventual conversão da prisão preventiva em medida cautelar de internação provisória em estabelecimento adequado.” Os pedidos têm por base os artigos 312 e 313 do Código de Processo Penal (CPP).
O primeiro estabelece os fundamentos gerais da prisão preventiva, enquanto o segundo detalha as hipóteses em que ela pode ser aplicada. O edifício fica na rua Garibaldi, na região Central de Ribeirão Preto. O síndico procurou a Polícia Civil na noite de quinta-feira, 10 de julho, para denunciar ameaças feitas por Alípio João Júnior.
Segundo o boletim de ocorrência, as ameaças começaram por volta das dez horas da manhã. O síndico Ed Carlos Delarisce relatou ter recebido áudios com ofensas e intimidações, inclusive de morte, direcionadas a ele e a filha. As mensagens foram apresentadas aos policiais durante o registro do caso.
Em um dos áudios, enviado enquanto o síndico fazia a denúncia, Alípio João Júnior teria afirmado que mataria toda a família do vizinho caso a ocorrência fosse registrada, além de ameaçar “matar e picar em pedaços” a filha do denunciante.
Durante o registro da ocorrência, o síndico relatou que Alípio João Júnior estourou uma bomba junina na varanda do apartamento onde mora, assustando moradores , muitos deles idosos, e também animais de estimação. O caso será apurado pela Polícia Civil.
Relembre o caso – O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) acatou recurso impetrado defesa e, em 25 de junho, decidiu soltar o motorista de 58 anos que, enfurecido com uma cancela de estacionamento em um shopping center de Ribeirão Preto, atirou em um dos funcionários da empresa terceirizada com uma arma de pressão.
Ele tem de cumprir medidas cautelares definidas por um juiz de Ribeirão Preto. O caso ocorreu na tarde de 17 de junho. No dia seguinte, a Justiça de Ribeirão Preto decretou a prisão preventiva de Alípio João Júnior. O suspeito teve um surto de fúria depois de perder o ticket que libera a saída e se irritou porque a cancela não abriu.
Segundo relatos, a arma utilizada era de airsoft, réplica que dispara bolinhas plásticas e costuma ser usada em jogos táticos. Apesar de não ser letal, o susto foi real. O trabalhador atingido na virilha foi socorrido ao Hospital São Lucas e hoje passa bem. A Polícia Militar encontrou pinos de cocaína, faca e canivete na caminhonete do atirador.
A arma de airsoft foi apreendida. O motorista Alípio João Junior responde por embriaguez ao volante, porte ilegal de arma e drogas, além de resistência de desacato, porque também é suspeito de ameaçar policiais ao ser abordado.
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