Brasileiros se preocupam mais com dinheiro do que com saúde

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Pesquisa com mais de oito mil pessoas aponta um cenário crítico de desinformação sobre finanças

O dinheiro é a principal preocupação dos brasileiros à frente da saúde, da família e da violência, como revela a 4ª edição da pesquisa Raio-X da Saúde Financeira dos Brasileiros – Estudo Estresse Financeiro – realizada pela Onze, fintech de saúde financeira e previdência privada, em parceria com a Icatu Seguros – companhia líder em Seguro de Vida, Previdência e Capitalização. O estudo ouviu 8.701 pessoas nas cinco regiões do país e traça um retrato sobre o impacto da instabilidade financeira na vida dos brasileiros. Além disso, revela um cenário crítico de desinformação, falta de planejamento e sobrecarga emocional.

Entre os entrevistados, 49% apontam o dinheiro como sua maior fonte de preocupação, superando temas historicamente sensíveis como saúde (19%), família (15%), trabalho (7%), violência (7%) e política (3%).

Dos entrevistados que assinalaram a preocupação com as finanças em primeiro lugar, 61% afirmaram não ter dinheiro suficiente para emergências com saúde, como acidentes ou para ajudar amigos e familiares.

“Historicamente, o déficit na educação financeira dos brasileiros impacta diretamente sua saúde financeira. Este estudo é um exemplo – há mais de 4 anos, vemos o dinheiro despontando como a maior preocupação na vida das pessoas e o impacto do estresse financeiro está cada vez maior. Esse vilão silencioso gera problemas emocionais, notadamente está impulsionando a ansiedade da população, além de impactar as relações interpessoais e o desempenho no trabalho. Ele não pode mais ser ignorado”, destaca o CEO em finanças, Antonio Rocha.

A pesquisa também revela que a situação financeira das famílias piorou no último ano: 51% afirmam que a renda mensal não cobre os gastos – um aumento de 10 pontos percentuais em relação à edição anterior da pesquisa, realizada em 2023. Ao mesmo tempo, 63% não possuem qualquer reserva de emergência e 15% estão endividados e sem poupança.

O impacto emocional dessa instabilidade é direto: 72% dos entrevistados dizem que a saúde financeira afeta a saúde mental e emocional, e muitos relatam sintomas graves como ansiedade (65%), insônia (50%) e até depressão (21%).

A sondagem destaca que o desenvolvimento de ansiedade gerada por estresse financeiro cresceu: o percentual aumentou 12% em relação à edição anterior do levantamento.

Para Henrique Diniz, Diretor de Previdência da Icatu, a pesquisa reforça a urgência de um olhar mais estruturado sobre a planejamento financeiro no Brasil dado seu impacto positivo para a vida das pessoas. Como companhia comprometida com a proteção financeira de longo prazo, a Icatu tem o propósito de ampliar o acesso a produtos que garantam segurança para os brasileiros e suas famílias, oferecendo soluções acessíveis e estruturadas, educação e parcerias estratégicas.

 

Raio X da pesquisa

– 49% indicaram o dinheiro como maior fator de preocupação;

– 51% dos entrevistados afirmaram que a renda não cobre todos os gastos mensais;

– 28% disseram que a renda consegue cobrir apenas os gastos;

– 12% responderam que a renda cobre os gastos e poupam dinheiro;

– 9% afirmaram que não fazem controle financeiro;

– 61% afirmaram não ter dinheiro suficiente para emergências com saúde, como acidentes ou para ajudar amigos e familiares

– 31% disseram que não conseguem pagar as contas do mês;

– 14% afirmaram não ter dinheiro suficiente para aposentadoria;

– 63% disseram que não possuem reserva de emergência;

– 15% responderam que não possuem reserva de emergência e estão com dívidas;

– 72% responderam que as preocupações financeiras afetam a saúde mental e emocional;

– 65% disseram que desenvolveram ansiedade por preocupações financeiras;

– 50% revelaram que costumam ter insônia por preocupações financeiras;

– 76% disseram que não recebem algum tipo de benefício financeiro fora salário ou bônus;

Projeto quer obrigar aulas de educação financeira

Um Projeto de Lei em análise no Congresso Nacional quer tornar a disciplina Educação Financeira obrigatória no ensino básico em todo o país. O objetivo da proposta, segundo o seu autor, o senador Nelsinho Trad (PSD-MS), é preparar os estudantes para os desafios da vida econômica contemporânea, promovendo autonomia e consciência financeira desde cedo.

O parlamentar destaca que a abordagem da educação financeira nas escolas brasileiras ainda é incipiente e facultativa, apesar de prevista na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Torná-la obrigatória, diz Trad, contribuirá para reduzir índices de endividamento, incentivar a poupança e ajudar crianças e jovens a resistirem às pressões externas – especialmente as redes sociais, apontadas por pesquisas como grandes incentivadoras do consumo excessivo e de comportamentos de risco financeiro.

O objetivo da iniciativa, segundo Trad, é atender a uma “necessidade urgente de preparar os estudantes para os desafios da vida econômica contemporânea, promovendo a formação de cidadãos mais conscientes, autônomos e responsáveis na gestão de seus recursos”.

O senador argumenta que os índices de endividamento das famílias vêm crescendo no Brasil, com baixa taxa de poupança e pouco domínio de conceitos básicos de finanças pessoais. Isso compromete não apenas a saúde financeira individual, mas também a estabilidade econômica e social do país, afirma Trad na justificativa do projeto.

A proposição altera a Lei 9.394, de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. O parlamentar ressalta que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) já reconhece, em seu eixo de competências gerais, a importância da educação financeira, ao propor o desenvolvimento do pensamento crítico, da cultura digital, da responsabilidade e do protagonismo, entre outras habilidades.



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