Preta Gil: Câncer de intestino é o 3º mais comum no país

Author:


 Doença que matou a cantora Petra Gil é o terceiro tipo de câncer mais frequente do Brasil, com cerca de 45 mil novos registros por ano

 

Casos de câncer no intestino, como o que vitimou a cantora e empresária Preta Gil, geralmente só manifestam sintomas em estágio avançado, o que dificulta o tratamento e diminui as chances de cura. Por isso, pessoas com fatores de risco devem começar os exames de rastreamento antes dos 50 anos, que é a idade recomendada para a população em geral.

Os cânceres de cólon e reto, que atingem o intestino, são os terceiros mais frequentes do Brasil, com cerca de 45 mil novos registros por ano, de acordo com a estimativa do Instituto Nacional do Câncer para o triênio de 2023 a 2025. A incidência é maior na Região Sudeste – onde ele sobe para a segunda posição de novos casos – e entre as mulheres.

Preta Gil morreu no domingo, 20 de julho, aos 50 anos, após uma longa batalha contra o câncer. Ela foi diagnosticada com câncer de intestino em janeiro de 2023. Na época, ela procurou o hospital após sentir um incômodo e passou dias internada, passando por exames.

Foi constatado que a artista estava com adenocarcinoma — um tumor maligno que pode acometer vários órgãos, como pulmões, intestino, mama, próstata e estômago. Ela iniciou o tratamento na semana seguinte.

Em dezembro do mesmo ano, Preta comemorou a cura do câncer e o fim do tratamento. Entretanto, em agosto de 2024, Preta anunciou o retorno da doença em outras partes do corpo. Desde então, a cantora passou por vários altos e baixos, chegando a buscar tratamento em Washington, nos Estados Unidos, onde faleceu.

Segundo o cirurgião gastrointestinal Lucas Nacif, membro titular do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva, o rastreio da doença é feito com a análise da história de vida, com exame físico. “Os dois principais exames de triagem, são o exame de fezes, para ver se tem sangramento oculto, e a colonoscopia, que a gente vê dentro do intestino e procura nódulos, pólipos e câncer”, explica o cirurgião.

Nacif explica que o câncer geralmente se desenvolve a partir de lesões benignas, como pólipos, o que aumenta o alerta para pessoas com essa condição, e quadros como Doença de Crohn e outras inflamações intestinais crônicas. Além disso, o sedentarismo, a obesidade, o consumo regular de álcool, tabaco e superprocessados.

Infelizmente, de acordo com o especialista, ainda há um fator cultural que atrapalha o diagnóstico precoce: “As pessoas têm receio de procurar um médico para fazer essa triagem, porque o exame começa com a avaliação física, e o médico normalmente tem que fazer um toque retal. Mas, com uma pequena avaliação, o médico já pode ser muito específico nessa prevenção. E ele não está avaliando se é bonito, feio, grande, pequeno. Ele está fazendo um exame técnico”, explica Lucas Nacif.

O cirurgião gastrointestinal alerta, ainda, para os riscos de só procurar aconselhamento médico após o surgimento de sintomas.  “Os sinais de alerta normalmente são a alteração no trânsito intestinal, seja muita diarreia ou intestino preso, perda de peso, sangramento nas evacuações, alguma dor abdominal também pode ser presente. Mas essas situações geralmente acontecem quando o câncer já está maior, por isso é tão importante o rastreio”, finaliza.

 

 



Source link

Leave a Reply