
Por Hugo Luque
Em situação de alerta, o Botafogo volta a campo nesta segunda-feira (28), às 19h, na Ressacada, contra o Avaí, pela 19ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro, a última do primeiro turno. Na lanterna, o Pantera precisa superar a péssima fase do ataque e a queda no desempenho defensivo para voltar a conquistar um resultado positivo.

Na última posição, o time comandado por Allan Aal não venceu nas últimas quatro rodadas (dois empates e duas derrotas). Muito disso se deve à falta de precisão do setor ofensivo, que teve oportunidades, mas não balançou a rede no mesmo período de quatro duelos. A defesa, antes fortaleza botafoguense, oscilou nos tropeços contra Amazonas, por 3 a 0, e Criciúma, na última quinta-feira, por 2 a 0, no Estádio Santa Cruz/Arena Nicnet.
“Essa bola aérea vem sendo um calcanhar de Aquiles para nós nos últimos jogos, seja de bola parada ou cruzamento. A gente vem trabalhando isso e procurando dar confiança e consistência ao sistema defensivo. Nosso aproveitamento do que criamos não está próximo daquilo que a gente deve e pode fazer. Chegamos 20 vezes ao último terço do adversário e eles chegaram cinco vezes no nosso campo de defesa. O resultado foi 2 a 0 [para eles]. Acho que também teve um pouco de sorte. Em alguns lances, finalizamos e passou a dois dedos da trave. São situações que nos incomodam, porque estamos perdendo jogos por detalhes e isso custa caro”, lamentou o treinador.
Com Allan Aal, o Tricolor, inicialmente, melhorou em todos os aspectos: passou a criar mais do que os rivais, começou a somar pontos e chegou a deixar a zona de rebaixamento. Porém, nos últimos jogos, salvo o número de finalizações por partida, que permanece alto, tudo mudou.

“Ficamos quatro jogos sem sofrer gols, somamos oito de 12 pontos e continuamos embaixo, porque os outros times também ganharam. (…) São jogos muito importantes, ficamos quatro jogos sem fazer gols e precisamos fazer mais gols também”, disse o meia e capitão Leandro Maciel.
“Precisamos de mais gols e mais chegada, além de finalizações. São momentos. Nós sabemos no momento que estamos, que precisamos de gols e precisamos ganhar. A gente está trabalhando para conseguir mais chegada, mais cruzamento e mais finalizações”, acrescentou o atleta.
Durante o momento de queda nos resultados, Allan Aal experimentou. O técnico tentou trocar Alexandre Jesus por Ronie Carrillo no comando do ataque, teve de lidar com a ausência de Carlos Eduardo na defesa e Maciel no meio diante do Amazonas, e até mesmo, também por conta de desfalques, foi obrigado a arriscar entrar em campo com dois armadores na última rodada. Mesmo assim, os pontos escaparam.
“Nos últimos dois jogos, tomamos cinco gols. Isso é algo que a gente não pode deixar acontecer. Não é a equipe que mais finaliza, como foi o nosso caso, nem a que mais cria, como o nosso caso, mas a equipe mais eficiente ofensivamente e sólida defensivamente, na maioria das vezes, que vai ganhar o jogo”, afirmou Aal.
“Eu acho que falta um pouco de tranquilidade e refino na tomada de decisão perto do gol. Finalizamos, em alguns momentos, de qualquer jeito, tendo a possibilidade de conduzir a bola para a entrada da área, e nos desfizemos da bola em alguns momentos. Isso eu acredito que, através do trabalho, a gente consiga corrigir, mas tem de ter uma leitura de tomada de decisão, o que é muito do atleta dentro de campo. É única e exclusiva dele”, completou.
A temida Série B
Física, competitiva e, acima de tudo, equilibrada. Esses são alguns dos adjetivos mais comuns utilizados por quem busca definir a Série B. Em apenas uma semana, a vida do Botafogo mudou. A esperança deu lugar ao temor, que era grande antes da troca de Márcio Zanardi por Allan Aal. Porém, embora preocupante, a situação é contornável.
A tabela é quem diz isso, segundo o treinador. Com 18 pontos e mesmo na última colocação, o Pantera permanece próximo de deixar a zona de rebaixamento.
“A gente precisa ter equilíbrio e alternativas, além de trabalho, continuando em frente, porque estamos próximos do primeiro objetivo, que é sair da zona. Depois, é pensar, durante o segundo turno, em algo a mais. (…) A preocupação maior é em termos de transformar a performance em resultado. (…) Precisamos reencontrar esse equilíbrio defensivo, saber sofrer um pouco mais nas bolas paradas e voltar a ter efetividade”, concluiu Aal.

Já Leandro Maciel, responsável por “alimentar” os atacantes, enxerga a situação como alguém que joga mais na frente. Embora o nacional seja realizado no formato de pontos corridos, o argentino enxerga que toda decisão em campo é mata-mata.
“O ambiente do grupo está bom, muito bom. A gente está muito comprometido em tirar o Botafogo dessa posição. (…) A Série B é muito complicada. É minha primeira experiência jogando e é muito complicado, porque são times muito fortes e os jogos se definem nos detalhes. Quem não mata primeiro, é difícil depois retomar.”
Um exemplo do equilíbrio da Série B é o jogo desta segunda. O Avaí soma 25 pontos, sete acima do Botafogo, e vive uma realidade completamente diferente. A equipe catarinense busca se aproximar do G-4 para brigar pelo acesso. Porém, nas últimas cinco rodadas, o Leão da Ilha tem campanha semelhante à do Tricolor: vem de derrota, não vence há cinco partidas e somou apenas dois dos últimos 12 pontos disputados.
Histórico e provável escalação
O retrospecto não favorece o Botafogo. Em oito duelos na história com o Avaí, foram quatro derrotas, três empates e apenas uma vitória, conquistada em 2020. Nos encontros do ano passado, um empate e um triunfo avaiano.
Allan Aal terá à disposição novamente o meia Alejo Dramisino, que cumpriu suspensão. O volante Sabit, que ficou de fora do confronto com o Criciúma por questões pessoais, é dúvida.
Com a possibilidade de força máxima, um provável Tricolor tem: Victor Souza; Jeferson (Wallison), Ericson, Carlos Eduardo e Jean Victor (Gabriel Risso); Gabriel Bispo, Sabit (Alejo Dramisino ou Marquinho) e Leandro Maciel; Robinho (Jonathan Cafu), Jefferson Nem e Alexandre Jesus.