A Polícia Civil deflagrou nesta sexta-feira (1º de agosto) a Operação “falso roubo” contra uma quadrilha que simulava roubos para desviar cargas. Um criminoso foi preso em Sertãozinho, na região de Ribeirão Preto. Os policiais seguem nas ruas para prender os outros suspeitos.
Início das investigações
O caso teve início em maio de 2024, quando equipes da Delegacia de Guaíra foram acionadas por funcionários de uma empresa do ramo alimentício após notarem comportamento suspeito de um motorista que aguardava carregamento.
Durante a abordagem, os policiais descobriram que o caminhão trator estava com placa traseira ausente e, no porta-luvas, foram encontradas quatro placas de veículos diferentes, além de documentos que não correspondiam ao veículo.
O motorista foi preso em flagrante por adulteração de sinal identificador de veículo automotor e estelionato. A partir desta prisão, investigações mais aprofundadas revelaram um esquema criminoso de grande envergadura.
Modus operandi da organização
A investigação revelou que a organização criminosa atuava de forma estruturada, com divisão clara de tarefas entre seus integrantes. O grupo era composto por oito motoristas principais, além de proprietários de caminhões e semirreboques que facilitavam as operações ilícitas.
O esquema funcionava da seguinte forma: os motoristas carregavam legitimamente as mercadorias nas empresas, mas posteriormente desviavam as cargas para receptadores. Para encobrir os crimes, dirigiam-se a delegacias de polícia em São Paulo e registravam falsos boletins de ocorrência, alegando terem sido vítimas de roubo.
Entre setembro de 2023 e abril de 2024, foram identificados 15 boletins de ocorrência falsos registrados pelos integrantes do grupo, sempre com narrativas similares: alegavam ter sido abordados por 3 ou 4 criminosos armados, conduzidos a locais ermos e posteriormente liberados com os veículos abandonados sem as cargas.
Prejuízos
A organização criminosa foi responsável pelo desvio de cargas diversas, incluindo fertilizantes, bobinas de cobre, equipamentos industriais, ureia, açúcar e produtos alimentícios. O prejuízo total estimado é de R$ 4.225.970,51.
Além das prisões, a Justiça determinou o sequestro dos veículos utilizados nos crimes, incluindo caminhões tratores e semirreboques das marcas Scania, Iveco e Mercedes-Benz, além do bloqueio de valores bancários dos investigados até o limite do prejuízo causado.
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