Durante a última audiência de instrução, realizada em 14 de outubro, o médico Luiz Antônio Garnica, acusado pela morte da professora Larissa Rodrigues, em março deste ano, em Ribeirão Preto, admitiu ter sentido ciúmes da amante, Letícia Camilo Laurindo.
Na ocasião, Garnica foi questionado pelo promotor Marcus Túlio Nicolino sobre o relacionamento extraconjugal e sobre o envolvimento de Letícia com outro homem, identificado como Pedro.
Sim [eu tinha ciúmes] como qualquer pessoa que tem outra pessoa tem ciúmes. Mas era um ciúme saudável, assim, eu conversava com o Pedro, a gente até fazia academia juntos. Não teve nenhum problema quanto a isso
Luiz Antônio Garnica
Ainda segundo Garnica, o sentimento era apenas o desconforto “de saber que a pessoa com quem está ficando tem outro homem”, afirmando que Letícia “também sentia ciúmes de Larissa”.
Na mesma audiência, a Justiça tentou esclarecer se Garnica e Letícia teriam tentado burlar o sistema prisional para permitir que ela o visitasse na cadeia. Segundo a investigação, apenas familiares e companheiros com vínculo reconhecido podem realizar visitas, e o casal teria apresentado um documento de união estável para permitir o acesso.
Em setembro deste ano, a defesa de Letícia informou que protocolou um pedido à Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) para que ela visitá-lo na prisão.
Na época, o advogado Henrique Berge explicou que a solicitação foi feita por meio de uma declaração de união estável emitida pelo próprio sistema penitenciário. O documento, porém, não possui validade jurídica equivalente à união estável registrada em cartório, servindo apenas para regularizar a visita de parceiros a detentos.
O que ela fez foi um papel necessário, até pelo próprio trâmite aqui da cadeia. Qualquer preso tem o direito de receber uma visita íntima, sendo esposa ou não; qualquer mulher pode assumir esse papel, seja casada ou não. Então, ela fez os papéis, sim, mas não veio me visitar. Não sei se ela virá, não sei. Eu nunca vi esse documento, não sei o que está escrito nele, mas, até onde eu sei, não é um papel de união estável. Se fosse, eu saberia e meu advogado teria me orientado sobre isso. Hoje é dia 14, faz 101 dias que não vejo a Letícia
disse Luiz Antônio Garnica durante audiência
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