Desde a invasão na Ucrânia, em fevereiro do ano passado, o presidente russo, Vladimir Putin, tem lembrado frequentemente ao Ocidente o tamanho e as capacidades do arsenal nuclear da Rússia, dizendo que qualquer um que tentasse lançar um ataque atômico contra Moscou seria destruído.
Putin chegou a instalar mísseis nucleares táticos em Belarus e mudou a posição da Rússia em relação a dois importantes tratados de armas, ao mesmo tempo que insistiu que Moscou não estava blefando sobre o uso de armas atômicas.
Nesta segunda-feira (4), Putin esteve cara a cara com o botão nuclear, mas não quis apertá-lo. O presidente russo assistiu a uma simulação com o botão nuclear, enquanto visitava uma exposição de conquistas russas.
Putin recebeu uma explicação sobre o projeto de uma bomba nuclear soviética e um painel de controle simulado para o lançamento de um teste nuclear, antes de ver imagens de uma explosão e uma nuvem em forma de cogumelo através de uma janela de observação.
Putin em campanha?
A negativa de Putin para apertar o botão nuclear do simulador não foi sem razão — são cada vez mais fortes os rumores de que o presidente russo vai tentar se reeleger na eleição do ano que vem, embora o Kremlin não tenha confirmado.
O chefe do Kremlin apareceu na exposição de hoje com um grupo de crianças em idade escolar escrevendo uma mensagem em um quadro branco sobre suas esperanças para o futuro.
Ele selecionou alguns entre os desejos que as crianças haviam pregado em uma árvore de Natal na esperança de que pudesse torná-los realidade.
A confirmação da candidatura à reeleição poderá ocorrer na próxima semana, quando Putin realizar uma coletiva de imprensa com direito a ligação dos telespectadores, que poderão fazer perguntas ao chefe do Kremlin.
Putin, de 71 anos, lidera a Rússia como presidente ou primeiro-ministro desde 1999, quando Boris Yeltsin deixou o cargo e o nomeou presidente interino.
Com mais seis anos no Kremlin, ele ultrapassaria Josef Stalin, que liderou a União Soviética de 1924 a 1953, e se tornaria o governante mais antigo da Rússia desde Catarina, a Grande, no século XVIII.
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Uma mera formalidade
Para Putin, a eleição é uma formalidade se ele concorrer: com o apoio do Estado, dos meios de comunicação estatais e quase sem dissidência pública, é quase certo que vencerá.
Os políticos da oposição encaram as eleições como um adorno — o pleito, segundo eles, muitas vezes atrai candidatos fracos para dar uma aparência de competição.
Os apoiantes de Putin rejeitam essa análise, apontando para pesquisas independentes que mostram que ele goza de índices de aprovação superiores a 80%.
*Com informações da Reuters