O dia do acerto de contas chegou? A previsão do FMI para a China coloca a segundo maior economia do mundo em xeque

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O desempenho econômico da China foi estelar ao longo das últimas três décadas — a ponto de, nos últimos dez anos, Pequim ser o principal motor global, respondendo por 35% do crescimento nominal do Produto Interno Bruto (PIB) mundial contra 27% dos EUA.

A China conseguiu isto sem muitos dos atributos que os economistas consideram cruciais para uma expansão sólida — um sistema financeiro que funcione bem, um quadro institucional forte, uma economia orientada para o mercado e um sistema de governo democrático e aberto. 

Até a pandemia de covid-19, a economia chinesa atravessou os períodos de turbulência interna e global aparentemente incólume.

Mas há algum tempo, os críticos argumentam que o colapso econômico da China era iminente, apontando para inúmeras fragilidades — o crescimento do país tem sido impulsionado pelo investimento em capital físico, especialmente imobiliário, que tem sido financiado por um sistema bancário ineficiente. 

Com os níveis de dívida interna elevados e aumentando, o mercado imobiliário desmoronando e a força de trabalho diminuindo, alguns analistas dizem que o dia do acerto de contas para a China está cada vez mais perto.

O dia D para a China

Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), no entanto, esses analistas provavelmente estão errados. 

As reformas desequilibradas que mantiveram a estrutura institucional fraca, uma abordagem esquizofrênica sobre o papel do mercado versus o do Estado e as tensões nos mercados financeiros e imobiliários poderão resultar em volatilidade significativa nos próximos anos. 

Mas, segundo o FMI, nada disto significa que um colapso financeiro ou econômico seja inevitável.

As novas previsões do FMI 

Nesta quarta-feira (6), a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, participou de evento no think tank Council on Foreign Relations, em Washington, EUA, e fez novas previsões para a China

A chefona do FMI projetou que o crescimento do PIB chinês deve cair abaixo da marca de 4% em algum momento nos próximos anos, com consequências para a economia global. 

Em novembro, o Fundo havia projetado que, no médio prazo, o crescimento do PIB chinês diminuiria para cerca de 3,5% até 2028 devido à fraca produtividade e ao envelhecimento da população.

Hoje, no entanto, Georgieva reforçou que Pequim dispõe dos instrumentos necessários para assegurar a retomada da atividade chinesa a uma trajetória mais robusta.

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Quanto a China vai crescer esse ano?

No mês passado, o FMI elevou as previsões para o crescimento para a China de 5% para 5,4% em 2023.

“As autoridades introduziram inúmeras medidas bem-vindas para apoiar o mercado imobiliário”, disse a primeira vice-diretora-geral do FMI, Gita Gopinath, na ocasião. “Mas é necessário mais para garantir uma recuperação mais rápida e custos econômicos mais baixos durante a transição.”

Os investidores estrangeiros abandonaram milhões de dólares em ações e dívidas chinesas este ano, uma tendência exacerbada pela taxa de juros muito mais elevada nos EUA.

No mês passado, o FMI também melhorou a previsão para o crescimento da China no próximo ano, de 4,2% para 4,6%, mas alertou que a fraqueza no setor imobiliário e a demanda externa moderada persistirão.



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