Uma morte considerada, até então, natural pode ser a chave para revelar um possível padrão de envenenamentos dentro da mesma família em Ribeirão Preto. A Polícia Civil anunciou nesta terça-feira (6) que irá solicitar a exumação do corpo de Nathalia Garnica, de 42 anos, irmã do médico Luiz Antonio Garnica, preso nesta semana por suspeita de assassinar a esposa, Larissa Rodrigues, com uma substância conhecida como chumbinho.
O que parecia um infarto comum agora levanta sérias dúvidas. Nathalia morreu em fevereiro, um mês antes de Larissa. Ambas as mortes ocorreram em circunstâncias similares: súbitas, sem sinais prévios de doença e com a presença da mesma pessoa no local, Elizabete Arrabaça, mãe de Luiz e Nathalia, e também sogra de Larissa. Elizabete foi presa junto com o filho.
O delegado Fernando Bravo, responsável pelo caso, afirma que a motivação para a exumação é o padrão repetido. “A forma como as duas morreram é extremamente parecida. Não havia histórico de doenças e, nas duas situações, a mãe estava presente. Isso nos obriga a verificar se o que aconteceu com Nathalia também foi um caso de envenenamento.”
Indícios antes ignorados
Relatos colhidos durante a investigação apontam que Larissa já vinha se queixando de sintomas recorrentes, vômitos, diarreia e tonturas, especialmente após visitas da sogra. Amigos e familiares relataram que a professora chegou a desconfiar que estava sendo envenenada. Um laudo toxicológico confirmou a presença de veneno no corpo de Larissa.
Mais inquietante ainda é uma ligação interceptada pela polícia: Elizabete teria telefonado para uma amiga fazendeira, perguntando se ela possuía chumbinho e onde poderia adquiri-lo. O pedido não foi atendido, mas indica que ela estava ativamente tentando obter a substância letal.
O médico que tentou encenar a área onde aconteceu o fato
A tentativa de encobrir o crime ganha contornos ainda mais sombrios quando se analisa o comportamento de Luiz. Segundo boletim de ocorrência, ele alegou ter encontrado Larissa caída no banheiro e tentado reanimá-la com manobras de emergência, antes de chamar o SAMU. No entanto, as análises iniciais já mostravam lesões pulmonares compatíveis com intoxicação, e a “espuma” observada em sua boca é um clássico sinal de envenenamento.
Enquanto a defesa de Luiz sustenta sua inocência e alega falta de acesso ao inquérito, a ausência de uma versão pública por parte da mãe reforça o mistério e as suspeitas.
Reabertura do passado
Agora, o foco das autoridades é entender se a morte de Nathalia foi um caso isolado ou parte de uma sequência calculada. A exumação, prevista para os próximos dias, poderá revelar se o padrão de assassinatos se iniciou antes do caso Larissa, e se uma mulher foi morta em silêncio para apagar vestígios ou eliminar ameaças.
A investigação se aprofunda em busca de evidências técnicas e provas digitais que possam conectar os casos. Paralelamente, o Ministério Público já estuda a ampliação do inquérito para incluir possíveis crimes anteriores envolvendo a família.
Se confirmadas as suspeitas, o caso pode se transformar em um dos mais perturbadores registros de envenenamento em série da história recente do estado de São Paulo.
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