Conta de luz tem custo adicional

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A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou  a bandeira tarifária vermelha patamar 1 para o mês de junho, com custo adicional de R$ 4,463 a cada 100 quilowatts-hora (kW/h) consumidos pelos clientes conectados ao Sistema Interligado Nacional (SIN).

Já é o segundo mês seguido com taxa extra para o consumidor: em maio vigorou a amarela, com custo adicional de R$ 1,885 a cada 100 kWh, interrompendo uma sequência de cinco meses consecutivos de bandeira verde (desde dezembro), sem cobrança extraordinária.

Como motivo para o acionamento da bandeira vermelha, a agência reguladora apontou para o cenário de afluências para as hidrelétricas abaixo da média em todo o país e consequente redução da geração dessas fontes, em relação ao mês anterior.

Com isso, há um aumento nos custos de geração devido à necessidade de acionamento de fontes de energia mais onerosas, como as usinas termoelétricas. A arrecadação via bandeira tarifária paga os custos adicionais. Desde fevereiro houve piora nas expectativas de chuva.

Além do risco hidrológico (GSF), outro gatilho para o acionamento da bandeira mais cara no ano passado foi o aumento do Preço de Liquidação de Diferenças (PLD) – valor calculado para a energia a ser produzida em determinado período.

O anúncio veio em linha com a previsão da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), que já projetava, no mês passado, a bandeira tarifária vermelha em todos os cenários avaliados. A medida deve contribuir para elevar o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – inflação oficial no país – do mês.

A partir da seca histórica no ano passado, a Aneel havia acionado a bandeira tarifária vermelha patamar 1 em setembro, pela primeira vez em mais de três anos com custo adicional de R$ 4,463 para cada 100 quilowatts-hora consumidos. Em outubro, vigorou a bandeira tarifária vermelha patamar 2.

Foram cobrados R$ 7,877 para cada 100 kWh. Em novembro, com a chegada do período de chuvas, a Agência Nacional de Energia Elétrica decidiu que a bandeira tarifária seria amarela, com custo extra de R$ 1,885 a cada 100  quilowatts-hora consumidos. Em dezembro, janeiro, fevereiro, março e abril vigorou a verde, sem cobrança

Até setembro, a bandeira vermelha não era acionada desde agosto de 2021. A classificação amarela indica condições de geração de energia menos favoráveis e, na prática, leva a um acréscimo de R$ 1,885 a cada 100 quilowatts-hora consumidos.

O sistema de bandeiras tarifárias foi criado pela agência reguladora em 2015, com intuito de sinalizar ao consumidor o custo real da geração de energia no país. Por outro lado, a medida também atenua os efeitos no orçamento das distribuidoras de energia.

Até então, as empresas eram obrigadas a “carregar” os custos quando a geração de energia ficava mais cara, uma vez que as despesas só eram repassadas às contas de luz no reajuste tarifário anual. O sistema é composto por quatro patamares.

A bandeira verde, quando não há cobrança adicional, significa que o custo para produzir energia elétrica está baixo. Esse é o patamar que está em vigor desde abril do ano passado, devido aos níveis dos reservatórios das usinas hidrelétricas.

Em março, a bandeira amarela teve redução de 36,9%, passando de R$ 2,989 para R$ 1,885 a cada 100 quilowatts-hora (kWh). Já a bandeira vermelha 1 passou de R$ 6,500 para R$ 4,463, redução de 31,3%. E a bandeira vermelha 2 caiu de R$ 9,795 para R$ 7,877, diferença de 19,6%.

O sistema de bandeiras tarifárias fechou o ano de 2024 com a marca de 61 acionamentos nas classificações amarela, vermelha 1, vermelha 2 ou, as de maior impacto, que sinalizam “escassez hídrica”. O sistema visa atenuar os impactos nos orçamentos das distribuidoras de energia. Na série histórica, o maior período em que a bandeira tarifária ficou verde foi de abril de 2022 até julho de 2024.

No final de abril, a Aneel julgou o processo de reajuste tarifário anual da Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL Paulista) e anunciou redução média de 3,66% na conta de luz de 340.000 consumidores em Ribeirão Preto – são cerca de 5,02 milhões de clientes espalhados por 234 cidades do estado de São Paulo.

A data do reajuste tarifário anual da concessionária é 8 de abril. No ano passado, o aumento para o consumidor foi, em média, de 1,46%. São 5,12 pontos percentuais a menos em 2025. Segundo Aneel, a conta de luz para clientes residenciais ficou 3,97% mais barata, contra alta de 1,79% no ano passado. São 5,76 pontos percentuais de diferença.

Para clientes de baixa tensão, a redução foi de 3,93%, ante aumento de 1,77% em 2024, variação de 5,70 pontos percentuais. Grandes consumidores agora pagam 3,06% a menos, contra elevação de 0,80% njo ano passado, diferença de 3,86 pontos percentuais. Os percentuais anunciados ontem são os mais baixos em 15 anos.



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