Ribeirão 169 anos: Entre avanços e desafios, município busca se tornar uma cidade inteligente

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Ribeirão Preto busca se tornar uma cidade inteligente. O município já começou a modernizar o transporte público e a criar bairros com mais tecnologia e cuidado com o meio ambiente. 

Embora a cidade tenha diversos desafios, passos importantes estão sendo dados. Confira abaixo. 

🔍 Essa reportagem faz parte de uma série especial em comemoração ao aniversário de 169 anos de Ribeirão Preto, celebrado no dia 19 de junho de 2025. Clique aqui e veja as outras matérias. 

Mobilidade urbana inteligente 

O transporte público do município é um dos setores onde novas tecnologias vem sendo implementadas. De acordo com o superintendente da RP Mobi, Marcelo Galli, a cidade já implementa uma série de tecnologias que visam otimizar a experiência do usuário e a gestão do tráfego

Hoje, em Ribeirão Preto, já usamos diversas tecnologias para tornar o transporte público mais eficiente e fácil para quem depende dele

Marcelo Galli

Conforme Galli, entre as inovações no transporte público, destacam-se: 

  • Monitoramento em Tempo Real: Ônibus equipados com GPS e câmeras internas com transmissão online permitem à RP Mobi acompanhar a operação e intervir rapidamente;
  • Comunicação Instantânea: Motoristas contam com painéis que facilitam a comunicação com o Centro de Controle Operacional (CCO);
  • Facilidade de Pagamento: Além do cartão eletrônico, os ônibus aceitam pagamentos com cartões de débito, crédito e QR Code via aplicativo. Há, inclusive, a possibilidade de recargas remotas, incluindo via WhatsApp;
  • Informação ao Passageiro: Aplicativos permitem programar viagens e verificar o posicionamento dos ônibus em tempo real. Nas estações, códigos QR Code fornecem informações sobre as próximas linhas e tempos estimados de chegada. 

Ele enfatiza que “tudo isso faz parte da construção de uma cidade mais conectada e inteligente”. Além disso, a RP Mobi também investe na utilização de dados em tempo real para otimizar o fluxo viário e reduzir congestionamentos, através da implantação de Sistemas de Transporte Inteligente (ITS)

Esses sistemas envolvem sensores, câmeras de monitoramento, GPS embarcado nos ônibus e, crucialmente, semáforos inteligentes com prioridade para o transporte coletivo. Vale dizer que a Prefeitura também realizou testes de veículos elétricos no transporte coletivo, e em breve haverá a inclusão desses modelos na frota. 

“Com a ajuda da tecnologia, conseguimos entender melhor como as pessoas se movem pela cidade e adaptar as rotas para atender melhor quem usa o transporte público”. 

Cidade inteligente 

Embora novos loteamentos estejam sendo anunciados, a ideia de que os novos bairros já nascerão “inteligentes” é complicada e depende dos desafios e do planejamento da cidade. 

A Prefeitura de Ribeirão Preto, no entanto, reconhece que o município não tem uma política de cidade inteligente consolidada, sendo este um pilar de estudo e planejamento entre a Administração e o Supera Parque

A gestão municipal busca aprovar novos loteamentos e obras das quais preveem sistemas de infraestruturas adequados para atender a população esperada, para assegurar a oferta contínua e de qualidade de serviços como abastecimento de água, coleta de esgoto, drenagem de águas pluviais, energia elétrica e telecomunicações

Prefeitura

Ainda de acordo com a Administração, estudos também são realizados para que seja feita a implantação de sistemas inteligentes na gestão da distribuição de água potável e iluminação pública de LED, bem como a extensão da conectividade pública

A Prefeitura de Ribeirão Preto ainda afirma que está buscando formas eficientes de deixar a cidade mais conectada e desenvolvida. Portanto, já estuda como melhorar e expandir os serviços de telecomunicações, segurança, comunicação e saúde. Além disso, discute a incorporação dos princípios dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU para a revisão do Plano Diretor do Município

Planejamento cuidadoso 

O engenheiro Fernando Junqueira, presidente da AEAARP (Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto), em sua perspectiva sobre o planejamento urbano, destaca a importância de evitar os erros do passado, para evitar o crescimento desordenado

Essa concepção de erros entre poder público e sociedade, na visão do especialista, acabou gerando diversos vazios urbanos, aumentando assim, custos de infraestrutura. Portanto, um planejamento cuidadoso, integrando as secretarias e utilizando esses vazios urbanos, podem ajudar a construir uma cidade “melhor e mais barata”. 

“Se a gente realmente usar os vazios urbanos que a cidade tem hoje, e que não são poucos, a gente consegue fazer uma cidade menos cara, podendo fazer mais investimento em segurança, educação etc. […] A gente está muito esperançoso. Se a cidade conversar, a gente consegue ter uma cidade inteligente”. 

Longo caminho 

Mesmo com os avanços, a arquiteta e urbanista Tercia Oliveira, mestre em engenharia urbana, faz um alerta importante. Em sua visão, Ribeirão Preto está “muito aquém de uma cidade inteligente”

A gente tem muitas reclamações de que as informações básicas de infraestrutura urbana, por exemplo, não são mapeadas. Nós não temos um sistema de geoprocessamento, de georreferenciamento, que seja eficiente para tomarmos decisão. Nós não temos um plano estratégico que possa colocar planos em ação, em determinados prazos, para que as coisas aconteçam e as pessoas fiquem sabendo”

Tercia Oliveira

Ela ainda ressalta que a participação da população é essencial para que Ribeirão Preto se transforme em uma cidade inteligente. “A gente precisa inserir a população nisso tudo, tanto no que vai ser implantado, quanto no que a população quer”. 

Assim como o diretor da AEAARP, Oliveira defende um planejamento cuidadoso e de longo prazo, com ações efetivas, incluindo alternativas de fornecimento de água e um plano de mobilidade eficiente, além de políticas públicas para emprego e renda, moradia digna e segurança. 

O caminho para que Ribeirão Preto se torne, de fato, uma cidade inteligente ainda é longo. Apesar dos avanços, especialistas alertam para a necessidade de planejamento estratégico, inclusão social e participação popular. 

Vale lembrar que a transformação depende não só de tecnologia, mas sim de decisões e políticas públicas voltadas a todos os munícipes.


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