RP desperdiça 41% de água

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Ribeirão Preto galgou três degraus e subiu do 32º para o 29º lugar no “Ranking de Saneamento Básico das 100 Maiores Cidades 2025”, com dados referentes a 2023. Estava em 37º em 2021 e era a 34ª no estudo com informações de 2020. Em 2017, primeiro ano do governo Duarte Nogueira (PSDB), havia galgado oito postos e estava em 13º. Em 2018 recuou para 21º, mesma colocação de 2016, último ano da gestão Dárcy Vera.

Degraus – Em 2019 desceu 13 degraus, despencando para o 34º lugar. Agora, no levantamento divulgado por Instituto Trata Brasil e GO Associados no aniversário do Novo Marco Legal do Saneamento, celebrado nesta terça-feira, 15 de julho, a cidade aparece na 29ª colocação.

Os dados são do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), do Ministério das Cidades. A nota total da cidade foi de 8.85, acima dos 8.65 do estudo anterior e acima dos 7.79 do ranking de 2023. No levantamento realizado em 2022, era de 7.89 numa escala que vai até 10.00.

População – O “Ranking de Saneamento Básico das 100 Maiores Cidades 2023” considera uma população de 698.642 habitantes, com base em dados do Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 2023. Atualmente são 728.400 moradores. A liderança é Campinas (SP, nota 10), seguida por Limeira (SP, 9.98) e Niterói (RJ, 9.79).

A cidade da região melhor colocada é Franca, que saltou do 13º para o quinto lugar com nota 9.70– liderou o ranking durante vários anos. Ribeirão Preto já ocupou o segundo lugar.  Ribeirão Preto traz índices superiores aos estabelecidos no novo Marco Legal do Saneamento Básico, que foram utilizados como critério para estabelecer as cidades que possuem a universalização dos serviços.

Perdas – Porém, o relatório aponta que, em alguns índices, Ribeirão Preto ainda precisa avançar. O mais importante são as perdas totais no sistema de distribuição, que no estudo deste ano (com dados de 2023) caiu para 41,67%, contra 43,64% do período anterior e após fechar 2021 em 47%. Em 2020 era de 49,06%, ante 52,9% de 2019 e 55% em 2018.

Apesar de o índice de desperdício ter despencado em seis anos – caiu de 61,5% em 2017 para 41,67%, diferença de 19,83 pontos percentuais –, ainda está acima da média nacional, de aproximadamente 40%. Tirou nota 6.00 em uma escala que vai até 10.00. No estudo referente a 2022, a pontuação ficou em 5.73, contra 5.32 de 2021.

O saneamento básico na cidade já é universalizado, atingindo índices de 99,73% de atendimento de água (nota 10, mesmo índice dos dois anos anteriores), 99,07% da coleta de esgoto (nota 10 – era de 99,72% em 2022) e 98,04% no tratamento desses dejetos (nota 10 – acima dos 96,71% do estudo anterior), segundo o Trata Brasil.

Segundo o ranking 2025, entre 2019 e 2023 Ribeirão Preto investiu R$ 102,26 milhões em saneamento, R$ 29,27 por habitante, nota 8.55. Era de R$ 27,76 no levantamento anterior (nota 7.80), R$ 1,51 a mais e alta de 19,46%. Em 2021, ficou em R$ 22,06. A média per capita da líder Campinas é de R$ 166,70. A vice Limeira aplicou R$ 216,14 por habitante no período. São R$ 137,43 e R$ 186,87 acima da mediana ribeirão-pretana, variações de 469,53% e 638,44%, respectivamente.

Esgoto Todo o esgoto coletado é tratado em duas estações de tratamento da GS Inima Ambient. O índice considerado adequado neste tópico é de 90% de tratamento.  Os índices de saneamento básico em Ribeirão Preto apontam que a cidade atingiu a universalização do sistema e a colocam em destaque dentro do cenário nacional.

Desde o dia 1º de janeiro, os demais moradores da cidade pagam 4,76% a mais pelos serviços de distribuição de água, de coleta e tratamento de esgoto, contra aumento de médio de 5,15% no ano passado. A tarifa mínima para os serviços residenciais, para um consumo de até 10 metros cúbicos por mês, passou de R$ R$ 29,09 para R$ 30,48.

Água do Pardo – A Secretaria de Água e Esgoto, por meio da prefeitura de Ribeirão Preto, contratou o Consórcio Geasa – Nippon Koei lac, composto pelas empresas Geasa Engenharia, Nippon Koei Lac do Brasil e Techne Engenheiros Consultores – para elaborar estudo visando a captação de água do Rio Pardo. O grupo venceu a licitação com a proposta de R$ 2.599.756,55.

Nota da Saerp – A Saerp emitiu nota sobre o ranking de saneamento. “Mesmo com esses números, em relação à água, muitas ações ainda são necessárias para atender bairros que sofrem com a falta de abastecimento. Nesse sentido, desde o início de 2025, com a nova gestão, uma série de medidas estão sendo adotadas para melhorar e modernizar o abastecimento, como o investimento de mais de R$ 43 milhões, anunciado neste mês de julho, para a implantação de um reservatório, quatro poços que serão construídos em locais estratégicos, onde há mais falta d´água.

O investimento também contempla a ampliação de aproximadamente 15 km de redes de água em todas as regiões da cidade.  Outros investimentos serão anunciados em breve. Além disso, está sendo adotado a mudança no sistema de abastecimento, que passará a ser realizado por gravidade. Essa alteração permitirá um controle mais preciso e uma gestão mais eficiente das pressões nas redes de distribuição, contribuindo para uma redução significativa nas perdas de água, assim como das intermitências no abastecimento à população.”

Nacional – De acordo com o estudo, o investimento médio necessário para alcançar a universalização dos serviços é de R$ 223 por habitante por ano. Entre os 20 melhores municípios do ranking, o investimento médio foi de R$ 176,39 por habitante entre 2019 e 2023 – cerca de 20% abaixo do valor ideal. Como muitos desses municípios já estão em estágio avançado de cobertura, a diferença não compromete o atendimento às metas do setor.

Já entre os 20 piores, o investimento médio no mesmo período foi de apenas R$ 78,40 por habitante, o que representa 65% abaixo do ideal. “Nesse caso, o baixo investimento indica urgência na tomada de decisão dos gestores”, diz o estudo. O levantamento também aponta que, entre os municípios mais populosos do país, apenas doze investem mais do que a média considerada ideal para a universalização dos serviços de água e esgoto.



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