Por: Adalberto Luque

Um casal foi preso, na manhã desta quinta-feira (31), acusado de participação no roubo de uma residência localizada no Alto da Boa Vista. O caso ocorreu no dia 31 de dezembro de 2024 e os criminosos levaram joias avaliadas em R$ 4 milhões e US$ 100 mil em cédulas.

Segundo o delegado André Baldochi, que coordenou a prisão, a mulher já havia sido presa dias após o roubo, mas acabou obtendo a liberdade por não haver provas mais contundentes. Segundo o delegado, após a soltura da mulher, foi instaurado um inquérito paralelo onde foram colhidas as provas que comprovam a participação do casal.

De acordo com Baldochi, as provas foram obtidas com a extração dos dados de celulares dos envolvidos. Foi concluído que ambos trocaram mensagens com o dono de farmácia em Serrana, que também foi candidato a vereador na cidade da região metropolitana.

O marido da doméstica era anotado com o nome de “dólar” na agenda telefônica do homem que teria sido o mentor intelectual do roubo. Com a prisão do casal, já são cinco os presos durante as investigações. O inquérito já foi concluído e encaminhado para o Ministério Público de São Paulo.

De acordo com Baldochi, o mandado de prisão foi preventivo e não temporário. O homem foi preso no Recreio das Acácias, zona Sul de Ribeirão Preto. Já a mulher foi presa no Planalto Verde, zona Oeste. A reportagem não conseguiu contato com a defesa dos detidos.

Relembre o caso

Na manhã de 31 de dezembro de 2024, dois ladrões invadiram uma casa no Alto da Boa Vista, zona Sul de Ribeirão Preto, e levaram 100 mil dólares em dinheiro e uma maleta com joias avaliadas em R$ 4 milhões. Toda ação aconteceu em apenas oito minutos.

Segundo o boletim de ocorrência, a casa foi invadida por dois criminosos. Eles estavam armados e entraram pelo portão da garagem, que estava aberto.

Na residência, os bandidos renderam três pessoas e arrombaram a porta de um closet, onde estavam os objetos roubados. Os donos do imóvel estavam viajando e na casa haviam prestadores de serviço que faziam uma reforma no imóvel.

Câmeras de segurança da casa não gravaram o assalto. A Polícia Civil concluiu que elas foram desligadas intencionalmente. A Polícia conseguiu, todavia, imagens de câmeras de segurança de casas vizinhas, que mostraram os assaltantes descendo e retornando a um Honda CR-V preto.

O carro, com placas de Serrana, pertence ao dono de farmácias naquela cidade, que também foi candidato derrotado a vereador em duas eleições. A polícia constatou que o carro teria saído de Serrana, no dia 31, às 10h04, retornando para cidade no mesmo dia, às 11h49.

No dia 2 de janeiro, o dono do carro foi preso. Com ele os policiais encontraram uma maleta contendo R$ 28 mil, 45 mil dólares, diversas joias e três revólveres, um deles com numeração raspada. Ele foi preso em Serrana por mandado de prisão preventiva, isto é, sem prazo definido.

A funcionária da casa também foi considerada suspeita e presa temporariamente. A polícia entendeu que ela teria passado informações privilegiadas. Além disso, teria desligado as câmeras e a internet da residência durante a ação dos criminosos. Ela foi solta após 30 dias.

No dia 3 de janeiro, outro homem foi preso, também em Serrana. Ele teria sido reconhecido por testemunhas como um dos dois homens que entrou na casa. Outro homem foi preso em 16 de janeiro, na cidade de Mogi Guaçu, região de Campinas.

Com ele os agentes apreenderam três celulares, uma TV de última geração, algumas joias, muitas cédulas de reais e duas motocicletas novas, compradas possivelmente com dinheiro do roubo.

A proprietária da casa disse que os valores roubados eram relativos a uma transação imobiliária. Explicou que, por conta de instabilidade financeira do País, optou em manter a moeda estrangeira e que a Receita Federal estava devidamente informada.

Sobre as joias, adiantou que a maioria é herança de família. Ao falar com a imprensa, revelou que somente uma das funcionárias poderia ter passado informação, já que os funcionários não tinham acesso ao closet feminino da casa, onde os bens estavam guardados. Somente parte das joias e do dinheiro foram recuperados.

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