Botafogo visita o Cuiabá – Tribuna Ribeirão

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Por Hugo Luque

O Botafogo entra em campo nesta segunda-feira (30), às 21h, na Arena Pantanal, contra o Cuiabá, pela 14ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro. Em busca de sobrevivência, o Pantera luta contra o rebaixamento, mas vem em um momento melhor em relação ao adversário, que está acima na classificação, mas foi batido nos dois compromissos mais recentes.

A equipe ribeirão-pretana derrotou, com muito drama, a Chapecoense na última rodada, no Estádio Santa Cruz/Arena Nicnet, por 1 a 0. O gol, contra, foi marcado praticamente no último lance do confronto, marcado pela superioridade mandante.

O resultado deixou o Tricolor fora da zona de rebaixamento antes do início da rodada. Na visão do técnico Allan Aal, todavia, poderia ter sido um duelo um pouco mais tranquilo para seus comandados.

“Eu vejo que a gente poderia ter sofrido um pouco menos. Tivemos oportunidades de abrir o placar no primeiro tempo e, no começo do segundo, chegamos pelo lado do campo, mas tomamos decisões erradas nos cruzamentos. Com superioridade na área, poderíamos ter aberto o placar e o jogo seria mais tranquilo”, comentou o treinador após o jogo, antes de destacar o impacto do triunfo no moral do grupo.

“Muito importante essa vitória pelo momento de equilíbrio emocional que precisamos ter. Esse perfil tem de ser durante o campeonato todo. As equipes que trabalhei sempre tiveram essas características de lutar, entregar e buscar o resultado positivo.”

O tento decisivo partiu de um levantamento na área em cobrança de escanteio e uma finalização de Wallison que desviou no zagueiro rival Bruno Leonardo antes de parar no fundo da rede. O responsável pela bola parada foi um herói improvável: Jean Victor.

O lateral-esquerdo não atuava desde a derrota para o Vila Nova, em 20 de abril, quando sofreu uma lesão de grau 2 no músculo reto femural da coxa esquerda. Dois meses depois, o experiente atleta precisou de menos de 15 minutos para deixar sua marca no retorno aos gramados.

“É muito bom terminar o jogo da maneira que a gente terminou, com jogadores voltando a ter minutagem. Isso mostra a força do elenco, mostra que o Allan pode contar com todos e demonstra a forma que o trabalho está sendo feito. Também tem a confiança, a leveza com quem a gente entra em campo, e quem ganha com isso é o Botafogo. Temos de fazer nosso melhor para que fazermos o melhor quando tivermos a oportunidade”, celebrou.

Opostos semelhantes

A distância entre Botafogo e Cuiabá na tabela é grande: oito pontos (13 para os paulistas contra 21 dos mato-grossenses). Porém, em uma competição nacional tão parelha quanto a Série B, é impossível garantir o que vai acontecer.

O Dourado sonha em voltar à elite e briga pelo G-4, porém sofreu derrotas consecutivas para Novorizontino e Coritiba nas rodadas passadas. O Pantera, por outro lado, briga para não cair de divisão, mas vem de duas vitórias, dois empates e apenas uma derrota nos últimos cinco duelos.

O único revés nesse recorte, que marca todos os jogos com Allan Aal no comando até aqui, veio justamente diante do lanterna Paysandu, de forma semelhante à vitória sobre a Chape – com gol no final.

“A gente sabe da dificuldade da Série B e usa o exemplo do Paysandu. Nós ficamos muito chateados com o gol no final que sofremos, mas fizemos também um no final agora e ficamos felizes. A gente sabe da dificuldade do jogo, independentemente do momento que eles estão passando, sabemos o que vamos enfrentar. É trabalhar em cima da estratégia que a gente vai usar e nós vamos em busca do resultado positivo”, afirmou Jean Victor.

Todas as três vitórias do Botafogo nesta edição da competição foram contra equipes na metade de cima da tabela. O único triunfo fora de casa, inclusive, foi diante de um dos favoritos ao troféu: o Athletico-PR, por 4 a 1, na Ligga Arena.

“Parece uma coisa repetitiva para quem acompanha a Série B, mas ela é muito parelha. (…) A gente acredita muito no trabalho e sabe da competitividade da Série B. Saímos de um jogo difícil em casa e vamos para outro tão difícil quanto fora de casa, que é contra o Cuiabá. É importante manter a concentração e o pé no chão. Isso é fundamental. Estamos dando um passo de cada vez”, disse Allan Aal.

Para complementar o pensamento e o trabalho do “professor”, Jean Victor, figura de liderança no plantel, acredita que parte desse processo passo a passo mencionado por Aal é não deixar os tropeços definirem de forma negativa o ambiente no Pantera.

“Eu sempre tento deixar o clima leve, porque o mais importante é o próximo jogo. O principal fator é acreditar e ter coragem de ir lá dentro fazer nosso papel, a estratégia e o que o Allan passa. (…) Tivemos uma mudança muito boa de atitude. Temos de olhar para frente, para o que nos espera. Temos o Cuiabá pela frente, vai ser um jogo difícil e é trabalhar mental e confiança. A leveza vem com os resultados e a gente sempre trabalha pela vitória. Tudo é possível”, destacou o lateral.

Será necessário manter a energia alta para a viagem ao Centro-Oeste, já que o Botafogo tem um tabu pela frente: jamais venceu o Cuiabá. Em oito partidas, o Dourado triunfou quatro vezes e o empate prevaleceu no placar outras quatro. O encontro mais recente, pela Série B de 2020, terminou em derrota tricolor por 2 a 0.

Dúvidas e escalação

Allan Aal acredita que, logo de cara, terá de conter o ímpeto adversário, empurrado por sua torcida. “Fora de casa, quando você enfrenta adversários que brigam por algo a mais na tabela, é natural que, no começo do jogo, o adversário tente tomar a iniciativa. A gente precisa estar bem fortalecido para não deixar isso acontecer”, projetou.

Para neutralizar o adversário, o técnico terá uma “dor de cabeça” boa. Jean Victor briga por vaga com Gabriel Risso na lateral-esquerda, mas ainda deve iniciar no banco de reservas, assim como Alisson Cassiano e Wesley Dias, também recuperados após passagem pelo departamento médico.

Já o zagueiro Matheus Costa e o volante Matheus Barbosa, que disputaram a estreia da Copa Paulista – competição que o “time B” do Pantera vem mal, com uma derrota e um empate –, treinaram com o elenco do Brasileiro ao longo da semana.

Porém, as principais novidades são os retornos de três atletas suspensos: o zagueiro Rafael Milhorim, o volante Sabit e o ponta Jonathan Cafu. Agora, Aal terá de decidir se vai manter a escalação que venceu e convenceu contra a Chapecoense ou se os até então titulares vão voltar.

Uma provável escalação tem: Victor Souza; Jeferson, Ericson, Carlos Eduardo (Milhorim) e Gabriel Risso; Gabriel Bispo, Sabit e Leandro Maciel; Jonathan Cafu (Jefferson Nem), Robinho e Alexandre Jesus.

 

 

 

 



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